sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Massapê 112 anos de História. Só isso?!

Bem é um prazer estar de volta, como massapeense, e acredite com imenso orgulho. Hoje 5 de fevereiro, a cidade de Massapê, comemora 112 anos de emancipação política da cidade vizinha ao qual os massapeenses paradoxalmente são apaixonados, Santana, deve ser a mulher santanense...

Assim não pude deixar de ler a pitoresca frase em uma enorme faixa na praça matriz da cidade, com os seguintes dizeres: “Parabéns Massapê, por seus 112 anos de história!”.
Bem, para a maioria de meus conterrâneos se trata apenas de uma simples faixa que nesta comemoração sempre traz as mesmas palavras, com exceção da data; todavia o olhar deste projeto de historiador foi arremetido de incontáveis indagações.

As primeiras indagações são as seguintes: A história de uma cidade só começa com sua emancipação política? Não se sentiam como povo massapeense os habitantes em 1888? Quem determina quando a história começa? Seria o historiador? Com 112 anos de “história” porque inda hoje, a antiga Estação Ferroviária do mesmo século XIX, não foi tombada? Ela não foi importante? Será que sem ela seriamos elevados de vila a cidade?

Por que depois de mais de um século não possuímos nenhuma fábrica? Seria o medo da descentralização política, o receio da perda do cabresto eleitoreiro? Emancipação de quem, se ainda dependemos do comercio de Sobral para sobreviver e da Greendene, com toda sua mais-valia - e olha que eu não sou marxista- para empregar nossa população.
Porque ainda somos movidos pelo espírito de maniqueísmo de aristocracias? Porque em Massapê, as oligarquias "evoluíram", mas o chiqueirinho continua o mesmo, contudo os donos dos porcos hoje não usam mais os chicotes dos coronéis de outrora, preferem as Hiluxs, deve ser a crise econômica, não é mesmo?.

No mais, a visão, a mentalidade, os aspectos culturais inerentes ao cotidiano do povo massapeense, são cada vez mais agravados pela teatralização de políticos cada vez mais eloqüentes, que fazem mais uso da retórica para se elocupretar à custa da alienação induzida de homens e mulheres de bem, que só se acostumaram com um mundo de A ou B, sem compreender que o “C” da Consciência é aquilo que os faz ser realmente Cidadãos.

Fazendo desta data um momento de feriado reflexão, após estas indagações queriamos sobretudor desejar nosso parabéns a cidade: Parabéns Massapê!
Porque? Pelo quê?  Cabe então, aos massapeenses refletir!     

Marcos Fábio Teixeira Lopes


PS: Será que a história de um município, de um povo só começa com sua emancipação política? A história desse país só começou com a "independência" de Portugal?
Antes das elites determinarem um novo jogo de interesses, não existiam memórias coletivas ou sujeitos ativos na configuração histórica de vilas, de capitanias, e da colônia?

7 comentários:

Anônimo,  8 de fevereiro de 2010 às 11:06  

Muito bom o texto, amigo, parabéns!!

Retrata a realidade de Massapê e outras cidades que sofrem a mesma influência de Sobral. Além disso, têm em comum, os mesmos questionamentos feitos.
Cresci em Tianguá, cidade que precisa ser olhada com mais atenção quanto à sua história, e que, assim como Massapê, é fortemente influenciada por Sobral.

Um abraço a todos!

Marcelo Franco Vieira
2º semestre História/UVA

T. 8 de fevereiro de 2010 às 15:58  

112 anos de Emancipação política ainda seria ilusório...
112 anos de maior liberdade para poder governar (explorar) a cidade a assim extrair dela as riquezas em nome de poucos seria um texto honesto a ser colocado na praça de Massapê e de qualquer cidade da região na ocasião do "aniversário".

Você Zé Mayer, ops, Marcos Fábio lembrou bem os motivos que entristem o sub-desenvolvimento das cidades, que dependem de Sobral (que não é nenhuma capital...) para ter emprego, comércio e principalmente uma educação superior.

Valeu!

Anônimo,  11 de fevereiro de 2010 às 10:13  

Galera obrigado por estarem comentando precisamos de estimulos para seguir em frente, desculpem a demora para responder , mas o pc tá na assistência técnica..quem não passou por isso atire a primeira pedra,mas valeu a atenção e as opiniões.E gostaria queos colegas de curso e outros pudessem tecer textossobre suas cidades, seria um fantástico intercâmbio, valeu...

Marcos Fábio T. Lopes

Edilberto Florencio 11 de fevereiro de 2010 às 17:40  

Estamos condicionados a associar o termo "emancipação" a "liberdade", mas até que ponto estes conceitos se aproximama e se distanciam na prática? Até onde este discurso de emancipação politica das pequenas cidades vai além do interesse em recursos, posições e interesses politicos das elites locais?

Mas a principal e mais pertinente pergunta levantada pelo Marcos Fábio ameu ver é: Quem diz quando a história "começa"?
Seriam realmente os historiadores? Quam nos deu este direito, e baseadoa em que podemos determinar isso?

Camocim Pote de Histórias 20 de março de 2010 às 09:11  

Sugestivo é a foto trazendo a Coluna da Hora em destaque. As pesssoas fazem do Deus Cronos suas escolhas no tempo. Acomodar a história de uma cidade à sua emaqncipação (?) política é apenas uma delas. Parabéns Marcos Fábio pela acuidade relativa à efeméride massapeense.

Anônimo,  16 de julho de 2010 às 10:39  

Muito interessante o texto apresentado, com certeza um incentivo para outros que desejam também relatar um pouco sobre sua cidade, embora a questão da emancipação seja uma verdade, é real que todos os municípios costumam contar sua história a partir dessa manifestação política, sendo que uma cidade não tem somente uma história política, mas é nesse caso que iremos nós historiadores fazer a diferença. Parabéns MF.

juscelano,  10 de fevereiro de 2011 às 19:56  

eu sou massapense com mito orgulho

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