sexta-feira, 15 de maio de 2009

Por que, Escolher Ser Professor Hoje?
















Brasil, século XXI, giz na mão e uma utopia embaixo dos braços, a Educação. Nosso país é tido como o “país do futuro”, onde se plantando “tudo fantasticamente dá!”... Será? Plantando educação, quais frutos teremos? De quem é o interesse neste assunto? Seu?


Um bom tempo na sala de aula, atrás do birô, salários miseráveis e falta de reconhecimento e de status, além de ameaças contra a vida; será que é disso que os governantes, as “cabeças pensantes do sistema”, precisão para que as medidas cabíveis sejam tardiamente tomadas. Por o “dedo na ferrida”, essa é nossa ideologia.

Vamos lá. Primeiramente, fundamento este escrito, com a curta, mas valiosa experiência que tenho na docência no ensino básico (fundamental II). A priori não é nosso intento, tecer incontáveis críticas a um sistema, no qual todos fazem parte, inclusive você que esta lendo estas palavras. Porém é nosso objetivo contrapor realidade e experiências na busca de melhores condições para educação, compreendendo professores, alunos e a sociedade como um todo, ou a parte mais interessada desta.


"O professor não ensina, mas 'arranja' modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas." (Jean Piaget).

Assim, dado a complexidade do tema optamos por dividir as abordagens em três temáticas:
Primeira parte: Por que, escolher ser professor hoje?
Segunda parte: Por que a história, ensinada na escola é tão chata?
Terceira parte: Possibilidades, perspectivas e desafios do Ensino de História na educação básica.

Educação, para quê e para quem?
Educação é um conceito, por muitos falado e por poucos compreendido e valorizado. Educar é um ato de amor, pois transmitir, receber e praticar o conhecimento é aquilo que nos faz sublimar a condição humana. Cabe ressaltar que não há um modelo único ou uma forma única de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; assim como o ensino escolar não é sua única prática e o professor profissional não é seu único praticante.

“A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. (Paulo Freire)


O caminho da felicidade ainda existe, é uma trilha estreita em meio à selva triste. As dificuldades encontradas no magistério são incontáveis começando pela indiferença social ao professor, que em detrimento a outras profissões (médicos, advogados, engenheiros) não lhe tem atribuído à importância de educador social e produtor/instigador do conhecimento, fato que, dá gênese a tantos outros problemas.

Seria apologia demasiada, dizer tantas vezes a importância da educação e do professor, mas quando só uma voz grita solitária na multidão e por que a esperança ainda não se extinguiu. Hoje temos de nos conscientizar que o professor e a escola dialogam, não com indivíduos ideais, mas sim com seres reais, frágeis, amorfos e dependentes de bons exemplos. Ao ver isto, você, indaga sobre a “frágil realidade” dos alunos, no entanto, posso categoricamente afirmar que, o problema não é o aluno, mas o meio social no qual este se adaptou e muitas vezes se resignou a viver. Não entendamos erroneamente meio social bom como: o condomínio de luxo; distinguindo-se de meio social ruim como sendo: então a favela, a periferia. Pois desta forma estaríamos incorrendo num processo de estereotipação preconceituosa, pois o problema no seu âmbito também é cultural, quando julgamos os alunos por sua etnia e aparência, levando-nos a uma superficialidade cultural.

"O professor pensa ensinar o que sabe o que recolheu nos livros e da vida, mas o aluno aprende do professor não necessariamente o que o outro quer ensinar, mas aquilo que quer aprender." (Affonso Romano de Sant’Anna, professor entre outras da UFF e da UCLA)

O “aluno-problema” tem “pais-problema”, salvaguardadas as raras exceções. Desta forma, reduzir as dificuldades do professor, em sua prática docente, ao simples fato do aluno ser “problemático”, não nos é objeto, todavia dá sustentação introdutória aos questionamentos e possíveis resoluções destes. Normalmente, o aluno que apresenta dificuldade de concentra-se, de “assimilar” o conteúdo, e de construir pensamentos de forma independente; tende a dificultar a“vida” do professor.

O aluno das séries iniciais, sem querermos eximir “culpados”, é sujeito passivo do processo de ensino. Pois em sua maioria tem receio de se manifestar, temendo represálias dos professores “maus”, ou maus professores como queiram. Estes sendo então são moldados ao longo de sua vida escolar e social, a não questionarem seu mestre, seu material didático, e, por conseguinte, crescem sem criticidade às mazelas sócio-político-econômicas que lhe afetam.
Particularmente, a concepção de bom professor que creio é de um profissional capaz mostra caminhos, solucionar e produzir nos alunos mais perguntas, sendo um incentivador e facilitador na dicotomia, portanto divisão entre ensino/aprendizagem. E o “mal” professor quem seria? Inicialmente, entendamos que todos estes são juízos valorativos e, portanto subjetivos, facultados a mim e a você.

"Há três tipos de professores: os que só ensinam o que sabem; os que não ensinam o que sabem; os que pensam que sabem e ensinam errado o que não sabem." (Rio Nogueira).

O “mal” professor é, na maioria das vezes, um ser que transita entre a desilusão profissional e/ou a falta de preparo teórico-metodológico em sua atividade. Por ser desiludido, adentra a sala de aula com o “espírito morto”, isto é, sem ânimo, estímulo ou vontade de contribuir com as às transformações de seu meio. Com isso, as aulas são monótonas, fatigantes, demoram a terminar, todos olham para os relógios... Sendo desta forma uma agonia profunda para ele e para os alunos, pelo fato do profissional sentir-se “preso” pelo tempo de serviço a uma carreira decadente, e lamentações eternas.
O professor despreparado, sem boa formação acadêmica, sem bases cognoscitivas condizentes à sua área de atuação, é um fingidor. Finge que dá aulas, levando aos alunos a serem como seu exemplo, marionetes que sem condições de desenvolverem-se, criam desprezo pela matéria ensinada. Este pseudo-docente é resultado de seu desinteresse e da irresponsabilidade de instituições mercenárias que vendem diplomas e ensinam “bem”, como continuar nesta perspectiva de vida. Problema tão sério e drástico quanto o primeiro, pois os bons, “pagam”, o ônus dos maus. Generalizar é ampliar um resumo. Dizer que todos são descompromissados com seu ofício, assim com glorificar a todos é uma gigantesca demagogia, donde emergem as lacunas, nas quais a arbitrariedade desencadeia a desvalorização da docência. É fundamental que saibamos que existem estes “profissionais”, entretanto conscientizemo-nos que estes são minoria, ou deveriam ser (...)
Formar alunos críticos para que? Como o Estado, este monstro voraz, iria dominar os homens se estes sabem o que fazem, e fazem o que aprenderam nas escolas? Para que críticas se o sistema é harmônico, tudo esta perfeito? Até porque, atualmente, ninguém morre por “balas perdidas”, são poucas as crianças que já estão dependentes químicos, nas ruas inexiste prostituição, crime, tráfico, etc. Para que educação, se no Brasil não existe corrupção, Deputados Feudais, morando em castelos e blindados pela armadura da impunidade?

A educação é um processo, é um veículo de propagação de idéias politizadas, críticas. Cada indivíduo tem conhecimentos diferentes, pensamentos contrários, ideologias (muitas vezes) incompatíveis como a realidade; com o presente e com seu passado, ou seja, com sua história; porém é essencial que este mesmo ser histórico saiba que ele pode e deve manisfestar-se sempre que julgar coerente e necessário à construção e reconstrução da sociedade. Dizer que o conhecimento é aprendido como o professor, não é saudável ao processo de ensino/aprendizagem, no entanto poderíamos propor que tanto o decente quando os discentes são partes integrante e fundamental para que este que é um dos principais processos de formação e construção da sociedade se faça com o maior êxito possível de acordo com as necessidades de cada espaço.

O professor tem uma missão imprescindível ao meio social, porém faz-se necessário saber este é um transformador/facilitador. Cabendo ao aluno, aí em todos os âmbitos da educação, reivindicar, recorrer a sua vontade de potência, a seu discurso libertário, pautando-se nas Revoluções históricas, revitalizantes deste paradigma carcomido pelo tempo, quase infindo, de permanências e acomodação. Levantar e lutar, essa deve ser nossa forma de vivenciar a sociedade em que fazemos parte, não mudando “tudo” de início, mas conquistando primeiro as idéias, depois os corações daqueles que sofreram durante muitos séculos a alienação e estagnação das conveniências, deturpadas por valores escusos.

Dizer que tudo está maravilhoso é brincar de “faz de conta”. Afirmar que tudo esta ruim é um pessimismo desproporcional a aqueles bons profissionais que falamos outrora. É ponderável propormos que entre a mudança e a permanência, resguarde-se a experiência.
Vejo em políticos como o Senador Cristovam Buarque, árduo defensor da classe docente, um personagem de inexorável relevância a este debate, pois é de sua autoria e de minha total concordância a seguinte proposição: “A Escola no Brasil, só irá mudar quando o filho do eleito, estudar na mesma escola do filho do eleitor”. Se para “os líderes” da nação a educação não muda, podemos crer então que em seu consentimento tudo nela vai bem. Sendo assim, estes deveriam colocar seus filhos nestes “quartos do pânico”, de onde crianças saem grávidas, professores são agredidos verbal e fisicamente e de onde somente em época de campanha eleitoral teremos “o futuro do Brasil”.

Para os indivíduos a educação não dá continuidade apenas o trabalho da vida. Ela se instala dentro de um domínio propriamente de trocas: de símbolos, de interpretações, de padrões de cultura e de relações de poder. Mas, a seu modo, ela prossegue no homem o trabalho da natureza de fazê-lo evoluir, de torná-lo mais humano.
E você que irá um dia se licenciar, gostaria verdadeiramente de ser professor; de transformar a educação, o Mundo e a realidade ao seu redor, formar seres críticos? Qual é a importância da educação pra você? Cadastre-se e comente, nos ajude criticando, precisamos de você. Obrigado!

Marcos Fábio Teixeira Lopes

2 comentários:

Júlio "DForas" Miranda,  20 de maio de 2009 às 12:27  

Parabéns galera o blog está no esquema !!

por enquanto vou abster-me de comentários mais profundos por esta de passagem, mas visitarei sempre e li este post e axei muito interessante sempre é bom fazer uma reflexão como esta até pq temos tambem que nos encontrar enquanto professores e históriadores para percebermos a melhor maneira de lidar com a atual conjuntura da educação brasileira e principalmente o ensino e a pesquisa em História!!

parabéns garotos boto minha fé toda em vcs!!

hahah não pude conter esta anedota infame !!
até mais !!

Anônimo,  19 de novembro de 2009 às 13:53  

É, com certeza está ótimo o blog, adorei tmb..o Marcos Fábio arrasou também..

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